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Partida: 15/08/2005 - Retorno: 07/09/2005

Depois de dar adeus ao nosso pai Yoldory, retomamos ao projeto, que não pode ser executado totalmente devido a problemas na empresa.

Tucumán – Ruínas de Quilmes - Tucumán

Data: 18/08/2005 23:00:00 - Kilometragem 323Km

O caminho traçado para hoje é Ruína de Quilmes, onde será feita a visita aos atrativos turísticos oferecidos na região e após retornaremos a San Miguel de Tucumán, para o pernoite. Serão utilizadas as seguintes rodovias ruta 9 e a ruta 307 até as Ruínas de Quilme.

A temperatura está em 15ºC, numa linda manha de sol. Saímos do estacionamento as 6h30 da manha, depois de uma ótima noite de sono dentro do Flecha. Hoje é dia de realizar o que tinha ficado para traz, por causa do Flecha, que não conseguiu subir os 3 mil metros. Estávamos eufóricos para ver se ele conseguiria e se seus problemas estavam sanados. Paramos no posto para tomar café da manhã, preparamos o Flecha com combustível e gelo e seguimos viagem.

Já no começo da ruta 9 sentimos um cheiro ruim e forte, parecido com peido alemão, quando olhamos para o rio, vimos que ele estava abarrotado de lixo, e que o gás que sentíamos vinha dali.

Aliais o lixo é um problema sério. E, o que mais se destaca é o plástico, ao longo das rodovias e perto das comunidades pobres. Parece que ali, todos os plásticos, que já foram utilizados, recebem seu destino final a natureza. Apesar de tanta campanha sobre esse assunto as pessoas ainda continuam agindo (jogando lixo onde bem entende) da mesma maneira. O que se tem visto muito nesta viagem é o desperdício da água (que vai faltar). Para ter uma idéia, quando vimos a primeira vez a San Miguel de Tucumán, fomos num posto de gasolina, e a torneira da pia do banheiro feminino estava estragada, vazando muita água. Um mês depois voltamos no mesmo posto e a torneira estava do mesmo jeito, são milhares de litros jogados fora.

Hoje não há neblina, o céu esta claro. A vegetação esta começando a florir. E, nesse clima subimos a serra em direção as ruínas de Quilmes. Quilmes eram índios que viviam naquela localidade, que foram vencidos pelos espanhóis e levados para província de Buenos Aires.

Visitamos um museu geográfico e arqueológico, cujo proprietário é o senhor Cruz. Ele é que construiu todas a estrutura e todas as peças que são replicas. É um artista que além de pintar quadros, faz esculturas, tapetes, enfim tudo que esta dentro do museu foi feito por ele, inclusive o prédio. Todas as peças contam história dos índios de Quilmes.

Saímos do museu com fome e resolvemos almoçar nas ruínas. Lá existe um hotel com restaurante, que dizem eles ser de nível internacional. Como só experimentamos o restaurante, podemos dizer que internacional não tem nada. Serviram um prato de batata frita ao molho de óleo saturado com milanesa tão dura e fina que não sabíamos se era carne ou couro.

As ruínas temos a impressão que foram reconstruídas, mas apenas tem pedra em cima de pedra, não há placas informativas e nem instrutivas, você pode andar por onde quiser causando prejuízo ao local e ninguém diz nada.

Outra coisa que faltou foi um pouco da história deles, em cada parte das ruínas, informando o que era aquilo. Resolvemos comprar um livro, para contar um pouco da história dos Quilmes aos nossos leitores. O atendimento foi tão ruim, que tive a coragem de perguntar para o atendente se ele estava com algum problema. Ele custou a entender mas quando entendeu sorriu.

Saímos das ruínas em direção a oficina do Ariel, ficamos lá para ele fazer a proteção do calor para nós, não levou muito tempo saímos para buscar um hotel, de preferência que tivesse internet e um bom preço.No caminho em pleno centro da cidade, havia uma sinaleira humana, como eles chamam, que é um guarda em cima de um tablado controlando a passagem dos carros com um apito, que se você não estiver muito atento pensa que é um grito de criança.

O Walfredo dirigia contra o sol e acabou não percebendo esse guarda. Passou com o veiculo, na sinaleira humana fechada. De repente vimos um guarda correndo junto ao carro que nos mandou parar. Paramos o carro, e o guarda cara de pau veio com um papo muito esquisito. Pegou nossos documentos e levou para o outro guarda, que veio dizendo que o valor da multa para essa infração era 600 pesos, mas que ele não daria a multa se pagassemos a comissão de 120 pesos. Ficamos pasmos naquele momento com a atitude dele. Parece que esse lado da Argentina as pessoas tem outro tipo de comportamento, pois já havia acontecido isso em outro momento na estrada federal que leva a Tucumán. Choramos, imploramos, pedimos e acabamos saindo sem pagar um centavo. Mas ficamos com muita raiva dessa situação. Logo achamos um hotel que tinha o que precisavamos. Os atendentes superaram nossas expectativas e resolvemos só utilizar a net na madrugada seguinte.

Na esquina do hotel tem uma pizzaria. Foi ali que fizemos nossa janta, com um final muito engraçado. O Walfredo ganhou um banho de coca-cola, quando eu derrubei dois copos de coca e uma garrafa em cima dele. Ele coitado saiu com as calças molhada passando o maior mico. Pior ainda foi quando entrou no hotel, que todos ficaram olhando para ele. Dormimos cedo para acordar de madrugada, estava marcado para internet às 5h da manha. 

 

CURIOSIDADE

De acordo com Prebisch, os Quilmes foram a primeira comunidade organizada que procuravam saciar as necessidades básicas de seu povo. Ele também cultivam rebanhos de Llamas, carneiros e cabritos. Fabricavam suas proprias vestimentas. Depois de muitas guerras foram vencidos pelos espanhóis e os sobreviventes foram para Provincia de Buenos Aires para serem escravaos. Nesse momento eles tomaram uma decisão de não procriar e todas as mulheres com filhos pequenos cometeram suicidios levando seus filhos junto delas. Chegaram pouquissimos ao destino pois muitos morreram no caminho que percorreram a pé os quase 800 quilômetros.

 

PREBISCH, T,P. LOS QUILMES, Legendarios pobladores de los valles calchaquies. Tucumán: 2005 

 

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